Bonilla fala em seu texto sobre o homem em sua trajetória de vida, que acompanhada de mudanças constantes, de palavras de ordem, vem desde os tempos primórdios. Na era Medieval a visão universal era a eternidade e que cada acontecimento era natural. Já na visão Moderna o pensamento e conceito estão intimamente ligados a linguagem e aos avanços da escrita, e os benefícios que trouxe para o homem ao longo de sua história.
O vínculo que a escrita estabelece, envolvem variadas formas de ordenar o conhecimento, a distância entre o que o texto diz e a sua interpretação, abre espaços para vários pensar, por conta do conhecimento, está disponível para consulta, comparações e análises e por fim deduções diversas.Com o surgimento da razão operatória, houve uma fragmentação tornando simples todo o processo, facilitando a manipulação e domínio do real pelo homem, porém esse domínio pertence aos especialistas, daquele que tem o conhecimento e que consegue enxergar os erros e acertos e indicar caminhos a serem trilhados. Na visão contemporânea, os cientistas são desafiados a entender o universo, pois as contradições que levaram a entender os conceitos básicos a linguagem e a forma de pensar não eram bastante para narrar fenômenos.
Face aos interrogatórios e as mudanças no meio científico a ordem do momento começa a admitir novos significados, apontado para uma nova visão do universo. Onde o homem interage com a natureza.
A autora faz referência à Prigogine(1996:9-15), Prigogine e Stengers(1992:5-36) e Passis-Posternak(1993:35-49) quando diz que “o tempo é a dimensão fundamental da existência e do conhecimento.
Agora a ciência distingue o passado e futuro, pois o tempo é um fator significativo ao desenvolvimento do saber, por fazer parte do processo. Michel Serres ao responder a uma pergunta sobre como lidar com o hiato que existe entre as ciências humanas e exatas; afirma que “como o nível de sofisticação é muito elevado, para resolver a questão seria introduzir nos estudos das ciências exatas tão somente sua própria história, (...) mas entendam que foram inventadas em uma certa época, um certo grupo, um certo país e ambiente cultural...
A instituição escolar atual exerce a pedagogia de reprodução e transmissão de um molde pronto, resistente ao novo.
No segmento escolar a ordem é modernidade enquanto a ordem no exterior dela inclina-se a visão contemporânea com a qual os jovens já convivem. Por não haver ligação entre esses dois mundos, resulta em altos níveis de reprovação e evasão escolar. Os alunos no seu contexto de vida (drogas e violência) levam para o interior da escola, os professores por sua vez estão presos em seu comodismo não conseguem perceber as mudanças que está acontecendo fora da escola, ou se vêem impotentes para enfrentar o problema.
A escola moderna tem como base formar cientista e a apreensão do conhecimento é tida como um processo individual, que tem como condição a dedicação e persistência do aluno.
Mudanças profundas e significativas precisam acontecer em sala de aula, internalizar e se apossar das novas condutas, de pensar e agir que vem surgindo no mundo contemporâneo, principalmente no que diz respeito às tecnologias da informação e comunicação, tão presentes nas escolas atuais e que precisam ser concebidas como oportunidades para o novo, para a pesquisa, para a cultura.
“... é fundamental entendermos a educação de forma abrangente, para além do espaço escolar, pois todo ser humano, desde seu nascimento até a morte, está em permanente processo de aprendizagem e subjetivação, quer seja no mundo cultural em que vive, quer seja nos distintos espaços sociais e lingüísticos por onde transita – família, grupos de iguais, escola, trabalho, movimentos sociais, poder público – ou ainda ao longo de seu processo de singularização.(Bonilla(2005:72-81).
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