sábado, 24 de abril de 2010

CULTURA E NATUREZA: O QUE O SOFTWARE TEM A VER COM OS TRANSGÊNICOS?


Marijane V. Lisboa, afirma que as tecnologias atuais lançaram mão dos conhecimentos dos nossos antepassados para renovar e ampliar suas pesquisas. A biotecnologia, consiste na aplicação de métodos e processos biológicos e bioquímicos à produção industrial.(Aurélio 6ª edição revista e atualizada, dezembro/2007) teve um significado grande na agricultura, quando modificaram sementes, com objetivo de obter, grãos, frutas com mais qualidade e resistentes a pragas, os chamados transgênicos.
Como todo processo existe dois lados, os prós e os contras, a ciência precisa estar atenta ao lançar no mundo seus avanças tecnológicos, pois esses avanços podem refletir de maneira desastrosa causando prejuízos graves e irreversíveis, por se tratar de algo desconhecido, ainda. Os transgênicos inicialmente era um projeto com bons propósitos, mas com as idéias capitalistas entrando na agricultura, mudou completamente os rumos da produção agrícola, e seus produtores que agora é obrigado a comprar sementes geneticamente modificadas a cada vez que for plantar; sob pena de seu produto não ser reconhecido, por não ter o selo da empresa dominante; estabelecendo assim um sistema perverso de dependência, um monopólio de poucas empresas, que detém a tecnologia.
A autora fala de uma nova face dos avanços e dos objetivos das pesquisas, o conhecimento, visando transformar esses conhecimentos em mercadorias, como a indústria farmacêutica.
Na comunidade científica já se convive com essa mercantilização do conhecimento, reféns de grandes laboratórios e empresas, agora se tornaram empresários que negociam parcerias com empresas, universidades, e que só se investe no que promete lucro em curto prazo, colocando a ciência a disposição do capitalismo, que antes era a serviço do homem.
Fazendo um paralelo dos transgênicos e o software, vemos que o movimento software livre trabalha para socializar o conhecimento desenvolvido em grupo, já os transgênicos, nas áreas da agricultura ou da informática, é para o monopólio de algumas poucas empresas.
CAPÍTULO X - A NOVA RELAÇÃO COM O SABER


O autor ressalta para a necessidade de conhecer todo o contexto histórico da relação do conhecimento, onde ele se refere a velocidade e renovação do processo da aprendizagem, como sendo a primeira constatação; a segunda se observa a novidade da natureza do trabalho, no sentido de aprender, transmitir; a terceira e última constatação aborda os avanços intelectuais que se multiplicam, aflora e transformam funções cognitivas do homem facilitando o acesso a informação, renovação do raciocínio e do conhecimento.
Pierre Lévy acrescenta que o planejamento do aprendizado, não tem mais lugar no momento atual da educação, novos modelos de espaços para o processo de desenvolvimento estão sendo inseridos na educação, que se torna necessária duas grandes reformas no sistema educacional e formação, a primeira refere-se ao EAD(ensino aberto à distância) que desenvolve técnicas de ensino a distância, lançando mão de recursos que a tecnologia oferece.
Nesse ambiente, o professor tem um papel de incentivar a inteligência coletiva, ao invés de dar o conhecimento; a segunda reforma fala do reconhecimento das experiências empíricas.
A cibercultura abriu espaço para diversas formas de conhecimento, entre elas está a invenção da impressão, a simulação, que ajuda à memória de curto prazo, e está relacionada a dinâmicas complexas.
CAPÍTULO VII – O MOVIMENTO SOCIAL DA CIBERCULTURA

Levi Pierre inicia seu texto reconhecendo a existência de relações estreitas em alguns processos tecno-industriais e fortes correntes culturais ou fenômeno de mentalidade coletiva, e toma como exemplo o surgimento do automóvel, e que com esse advento existe uma cadeia de estágios e estruturas para justificar a fabricação de uma máquina chamada carro, como a cidade, a demografia, as garagens, os postos de gasolina que está entre os segmentos que serviu de “acessórios” para a utilização do automóvel.
O século XX se caracteriza com a ascensão da área automobilística, o crescimento do ciberespaço se adequaria de antemão, a um sonho de comunicação que implicaria em troca e em inteligência comum. O ciberespaço são formas de utilizar a infra-estrutura existente; ainda que sejam precárias, ele tem como alvo, através de ligações físicas, um tipo próprio de relacionamento entre as pessoas.
Com o movimento social, que visava socializar os computadores colocando ao alcance de todos, assim leigos podiam aprender as usar os computadores. Com o ciberespaço a Internet ganhou um espaço extraordinário, com as fontes que a alimenta, como as redes independentes de empresas, associações, universidades, entre outros, que compõem o ciberespaço.
O ciberespaço cresceu impulsionado por três princípios como a interconexão, o plano mais abrangente, pois se conecta a todas as áreas da tecnologia, da mais simples a mais complexa, tem um endereço eletrônico, já o princípio das comunidades virtuais se relaciona com a interconexão, por ser formada com base nos interesses comuns, e por saberes em um sistema de colaboração ou troca, onde a distância não se constitui problema; e por último o princípio da inteligência coletiva, espaço onde acontecem os confrontos de idéias e conta com nomes como Engelbart (inventor do mouse e das janelas das interfaces atuais), Nelson (inventor da palavra e do conceito de hipertexto) entre outros, e que tem como objetivo comum a valorização das suas contribuições colocando seus recursos a serviço da humanidade, onde cada um se vê como o centro do ambiente.

domingo, 18 de abril de 2010

Comentários sobre a entrevista de Michel Serres

ANÁLISE DA ENTREVISTA DE MICHEL SERRES, AO PROGRAMA RODA VIVA.

Michel Serres, filósofo francês, fala da mistura de raças que o Brasil possui, como um aspecto positivo na solução dos seus problemas interno, em sua fala Serres aborda como a globalização está inserida nesse contexto multicultural, e como o Brasil um país geograficamente grande, também com problemas em grandes dimensões, tem condições de suportar todos os problemas de um país grande; acredito ser essa mistura de conhecimentos e saberes que se estabelece relações passivas, o que contribui na resolução de seus problemas.
Serres aponta a tecnologia como meio de acabar com a distinção que existe entre o Primeiro e o Terceiro Mundo, em conseqüência da globalização, pois a tecnologia ultrapassa fronteiras, que por sinal cada vez mais frágeis, encurtando distâncias aproximando pessoas, países.
O processo de globalização traz consigo pontos positivos e negativos, em todas as áreas da vida do homem, no comércio, por exemplo, facilitando o livre comércio de mercadoria estrangeira, o Brasil por sua vez, aderiu com muita tranqüilidade essa liberdade de comércio, a ponto de valorizar e aderir em extremo o que vem de fora do país. Exemplo disso vemos o poder que a Coca-Cola, a Mcdonald exerce sobre o brasileiro.
No que se refere à violência Michel Serres, se coloca com otimismo, admitindo que a violência existe no mundo em maior e menor escala, e que a solução está na educação. Ele cita um tipo de violência que a globalização, um dos pontos negativo, traz, como a máfia, as drogas, a lavagem de dinheiro se comparada à pequena delinqüência são problemas insignificantes, frente à quantidade e diversidade de violência decorrente da globalização.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Resenha do Texto "A práxis pedagógica presente e futura e os conceitos de verdade e realidade frente às crises do conhecimento cvientífico no século

Bonilla fala em seu texto sobre o homem em sua trajetória de vida, que acompanhada de mudanças constantes, de palavras de ordem, vem desde os tempos primórdios. Na era Medieval a visão universal era a eternidade e que cada acontecimento era natural. Já na visão Moderna o pensamento e conceito estão intimamente ligados a linguagem e aos avanços da escrita, e os benefícios que trouxe para o homem ao longo de sua história.
O vínculo que a escrita estabelece, envolvem variadas formas de ordenar o conhecimento, a distância entre o que o texto diz e a sua interpretação, abre espaços para vários pensar, por conta do conhecimento, está disponível para consulta, comparações e análises e por fim deduções diversas.Com o surgimento da razão operatória, houve uma fragmentação tornando simples todo o processo, facilitando a manipulação e domínio do real pelo homem, porém esse domínio pertence aos especialistas, daquele que tem o conhecimento e que consegue enxergar os erros e acertos e indicar caminhos a serem trilhados. Na visão contemporânea, os cientistas são desafiados a entender o universo, pois as contradições que levaram a entender os conceitos básicos a linguagem e a forma de pensar não eram bastante para narrar fenômenos.
Face aos interrogatórios e as mudanças no meio científico a ordem do momento começa a admitir novos significados, apontado para uma nova visão do universo. Onde o homem interage com a natureza.
A autora faz referência à Prigogine(1996:9-15), Prigogine e Stengers(1992:5-36) e Passis-Posternak(1993:35-49) quando diz que “o tempo é a dimensão fundamental da existência e do conhecimento.
Agora a ciência distingue o passado e futuro, pois o tempo é um fator significativo ao desenvolvimento do saber, por fazer parte do processo. Michel Serres ao responder a uma pergunta sobre como lidar com o hiato que existe entre as ciências humanas e exatas; afirma que “como o nível de sofisticação é muito elevado, para resolver a questão seria introduzir nos estudos das ciências exatas tão somente sua própria história, (...) mas entendam que foram inventadas em uma certa época, um certo grupo, um certo país e ambiente cultural...
A instituição escolar atual exerce a pedagogia de reprodução e transmissão de um molde pronto, resistente ao novo.
No segmento escolar a ordem é modernidade enquanto a ordem no exterior dela inclina-se a visão contemporânea com a qual os jovens já convivem. Por não haver ligação entre esses dois mundos, resulta em altos níveis de reprovação e evasão escolar. Os alunos no seu contexto de vida (drogas e violência) levam para o interior da escola, os professores por sua vez estão presos em seu comodismo não conseguem perceber as mudanças que está acontecendo fora da escola, ou se vêem impotentes para enfrentar o problema.
A escola moderna tem como base formar cientista e a apreensão do conhecimento é tida como um processo individual, que tem como condição a dedicação e persistência do aluno.
Mudanças profundas e significativas precisam acontecer em sala de aula, internalizar e se apossar das novas condutas, de pensar e agir que vem surgindo no mundo contemporâneo, principalmente no que diz respeito às tecnologias da informação e comunicação, tão presentes nas escolas atuais e que precisam ser concebidas como oportunidades para o novo, para a pesquisa, para a cultura.
“... é fundamental entendermos a educação de forma abrangente, para além do espaço escolar, pois todo ser humano, desde seu nascimento até a morte, está em permanente processo de aprendizagem e subjetivação, quer seja no mundo cultural em que vive, quer seja nos distintos espaços sociais e lingüísticos por onde transita – família, grupos de iguais, escola, trabalho, movimentos sociais, poder público – ou ainda ao longo de seu processo de singularização.(Bonilla(2005:72-81).